ATRA-HASIS: A FORMAÇÃO DO HOMEM
"Como e por que apareceu a humanidade sobre a terra? Como e por ela vítima de flagelos como, por exemplo, o dilúvio? Como e graças a que raça humana foi salva? Tais são as perguntas a que é dada a resposta sob forma de relato mitológico por uma composição em acádico que os modernos intitularam "Poema de Atra-hasis", nome do herói humano central da segunda parte do poema, nome que significa "a suprema inteligência" ( ou o "super-sábio", como traduziu o assiriólogo J. Bottero).
O exemplar mais antigo e o menos danificado que chegou até nós tinha 1.245 linhas repartidas em três tabuinhas e eram do tempo do rei de Babilônia Ammi-saduca ( 1646- 1626 ), pouco mais de um século após Hamurábi ( 1792- 1750). É provável, porém, que tenha sido composto em data mais antiga, pois nele não aparecem o deus Marduk de Babilônia nem o deus sol Shamash, "o grande juiz dos céus e da terra", ambos mencionados no código de Hamurábi. Uma data de composição mais antiga do que o mais antigo exemplar datado não de ter importância para a antiguidade das idéias ali expressas.
Encontramos mais adiante, sob o n.19, a parte do texto que concerne ao dilúvio e, no que vamos agora apresentar, a parte que vai do início do poema à criação da humanidade inclusa. O tema é o seguinte: antes do aparecimento do homem que subvencionará suas necessidades (pelas oferendas nos templos), os deuses então na terra deviam, eles próprios, prover sua indigência com o trabalho das próprias mãos. Desencorajados pela situação, os grandes deuses desembaraçam-se do encargo, passando-o para um grupo de deuses inferiores, e retiram-se para seus respectivos domínios. Mas, após algum tempo, os deuses inferiores se rebelaram. Não é excluída a idéia de que este quadro seja o eco de uma situação histórica, a revolta de grupos sociais dos quais muito era exigido ( W. von Soden).
Tabuinha I
Quando os deuses tinham o papel do homem,° carregavam o cesto; °
o cesto dos deuses era grande e a tarefa, pesada.
5 Os grandes Anunnaki, o grupo dos sete, queriam encarregar os Igigu da tarefa.
Anu, seu pai, o rei,
seu conselheiro, o destemido Enlil,
seu arauto Ninurta,
10 seu comissário Ennugi
Seguraram o copo,°
tiraram a sorte, repartiram os deuses.
Anu subiu ao céu; °
o...° tomou a terra
15( as barreiras), as profundezas do mar foram entregues a Enki, o príncipe.
[ Depois que Anu ] subiu ao céu,
[ e os deuses, aqueles ] do Apsu desceram;
[ os Anunnaku], os do céu,
20 impuseram a [ tarefa ] aos Igigu.
[Os deuses ] puseram-se a cavar [ cursos de água ],
[ abriram canais ], providência vital para a região;
[ os Igigu] puseram-se a escavar [cursos de água ],
[Abriram canais ], providência vital para a região.
25 [ Os deuses escavaram] o rio Tigre
[ e o Eufrates] em seguida.
( 7 linhas muito avariadas, sem tradução coerente possível.)
[Eles contaram os anos ] de servidão; °
35 [...] O grande cerrado de juncos.
Eles contaram os anos de servidão;
[ os Igigu, durante 25]00 anos,
suportaram, noite e dia um excessivo e [pesado]
trabalho.
Eles se queixam e acusam,
40 murmuram contra a escavação:
"Vamos procurar nosso [vigilante (?)] o arauto, que ele nos descarregue de nossa pesada tarefa;
[ o Senhor ], o conselheiro dos deuses, o destemido,
vinde, retiremo-lo de seu trono;
45 [ Enlil ], o conselheiro dos deuses, o destemido, vinde, retiremo-lo de seu trono!" . Após uma lacuna de algumas linhas, encontramos as 4 últimas linhas acima nos lábios de um condutor, ao que parece, e depois: Agora, convocai para o combate, para a batalha; vamos juntar-nos à multidão. Os deuses ouviram suas palavras; atiraram ao fogo suas ferramentas,
65-67 puseram fogo em suas enxadas e incendiaram seus cestos. Uniram-se uns aos outros, e foram até a porta do santuário do destemido Enlil.
70 Já caíra a noite, era o meio da vigília; a casa está cercada, o deus o ignora; já caíra a noite, era o meio da vigília; a casa caíra a noite, era o meio da vigília; a casa está cercada, o deus o ignora; já caíra a noite, era o meio da vigília, o Ekur° está cercado, Enlil não o sabe!
Kalkal° (o) percebeu e mandou [ fechar (?)];
75 verificou o ferrolho, examinou [ a porta (?)];
Kalkal despertou [ Nuska];
ouviram os gritos dos [Igigu].
Muska despertou [ seu senhor ],
Fê-[lo] levantar do leito:
80 "Meu Senhor, [ tua] casa está cercada, a multidão chegou [à tua porta ];
Enlil , tua casa está cercada, a multidão chegou à tua porta!"
Enlil mandou trazer armas à sua morada.
85 Enlil abriu a boca
e dirigiu-se ao ministro Nuska:
"Nuska, tranca tua porta, toma as armas, fica diante de mim".
Nuska trancou sua porta,
90 tomou suas armas, colocou-se diante de Enlil.
Nuska abriu a boca
e dirigiu-se ao destemido Enlil:
"Meu Senhor, teus traços são (como) o tamarindo°;
são teus próprios filhos, que temes?
95 Enlil, teus traços são (como) o tamarindo;
são teus próprios filhos, que temes?
Faze com que desça Anu,
traga Enki diante de ti".
Ele mandou que Anu descesse,
100 trouxeram Enki à sua presença.
Anu estava sentado, o rei dos céus;
o rei de Apsu, Enki, prestou atenção;
os grandes anunnaki estavam sentados,
Enlil levantou-se e a audiência realizou-se.
105 Enlil abriu a boca
e dirigiu-se aos grandes deuses:
" foi contra mim que eles se levantaram?
Eu conduzirei o combate [...]
Deuses! que vi eu?
110 O conflito chegou à minha porta!"
Anu abriu a boca
e dirigiu-se ao destemido Enlil:
"O assunto para o qual os Igigu rodearam tua morada..."
A partir daqui o texto se apresenta em mau estado; percebe-se, porém, que Nuska é encarregado de discutir com os rebeldes, que a ele confiam a seguinte mensagem:
" (Ó vós), conjunto de todos os deuses,
160 nós [queremos...] o combate.
Pusemos [...] nas escavações
[um trabalho ] excessivo quase nos matou;
[ pesada] a nossa tarefa, imensa nossa aflição.
(Ó vós), conjunto de tados os deuses,
165 nossa boca nos levou a queixar-nos a Enlil"
Enlil ouviu( este) discurso
enquanto escorriam suas lágrimas;
Enlil interrompeu seu° discurso
e dirigiu-se ao destemido Anu;
170 "Quero subir con[tigo] aos céus;
toma ( de mim) a função e recebe tua
Retribuição. °
Os Anunnaki instalaram-se diante de ti;
chama um deus, que o ponham num túmulo! °
As Linhas 171-188 estão totalmente avariadas na tabuinha da época antiga. As linhas 171-173, citadas acima, foram tomadas de uma tabuinha 10 séculos mais recente; não é, portanto, garantido, que o texto coincida com o da tabuinha antiga. As linhas abaixo, 182-188, são tomadas de um fragmento da mesma época da tabuinha antiga, mas não coincidem exatamente com ela nas partes correspondentes. Apesar da lacuna que permanece, vemos que, depois da tentativa de abdicação de Enlil e sua proposta de condenar à morte um dos culposos ( linhas 170-173), Ea se esforça em fazer admitir pelos deuses a legitimidade das queixas dos Igigu e propõe a solução que será mantida, isto é, criar os homens, a fim de transferir para eles o jugo que pesava sobre os Igigu.
Ea [ abriu ] a boca
e dirigiu-se aos deuses [ seus irmãos ]:
" De que nós os acusaríamos?
185 Pesado é seu trabalho, [ grande o
seu tormento ].
Cada dia a terra [...]
o sinal de alarme [...]
Há [...]
" Ela lá está, Belet-ili,° a matriz;
190 que a matriz venha a partir, que ela modele e que o homem carregue o cesto do deus!"
Eles chamaram a deusa, interrogaram
a parteira dos deuses, a prudente Mami:
"Serás tu a matriz formadora da humanidade;
195 Forem o lullu °, que ele suporte o julgo;
que ele suporte o jugo que é a obra de Enlil;
que o homem carregue o cesto do deus!"
Nintu abriu a boca
e dirigiu-se aos grandes deuses:
200 " Não é só a mim que compete operar;
é com Enki que a obra está por se fazer;
é ele que tudo purifica;
Dê-me! ele a argila e eu, eu operarei".
Enki abriu a boca
205 e dirigiu-se aos grandes deuses:
"No primeiro dia do mês, no sete e no quinze, eu quero organizar uma purificação, um banho.°
Que se abata um determinado deus
e que os deuses se purifiquem pela imersão.
210 À sua carne e ao seu sangue °
que Nintu misture e argila,
que parte do deus e parte do homem sejam misturadas
junto na argila!"
Vamos, ouçamos o tambor ° para sempre!
215 Que da carne do deus haja um espírito; °
que dê um sinal de si aos vivos
e para impedir o esquecimento, que haja um espírito!"
"Sim", responderam na assembléia os grandes Anunnaki
220 que se incumbem dos destinos.
No primeiro dia do mês, no sete e no quinze ele organizou uma purificação, um banho.
223 Abateram em sua assembléia.
224 Wê, um deus que possuía a razão°;
225 À sua carne e ao seu sangue
Nintu misturou a argila;
[...] para sempre!
Da carne do deus houve um espírito;
deu sinal de si aos vivos
230 e, para impedir o esquecimento, surgiu um espírito;
após misturar esta argila,
ela chamou os Anunna, os grandes deuses.
Os Igigu, os grandes deuses,
cuspiram na argila.°
235 Mami abriu a boca
e dirigiu-se aos grandes deuses:
"vós me ordenastes uma obra e eu a cumpri;
vós abatestes um deus com sua razão;
240 retirei vosso pesado trabalho,
Impus ao homem vosso cesto.
Presenteastes com gritos ° a humanidade;
eu abri a argola de ferro (?), estabeleci a liberdade!"
Quando ouviram o que ela lhes dizia,
245 correram e beijaram seus pés:
" Antes, nós te chamávamos Mami;
247-8 agora, seja teu nome: Senhora de todos os deuses!"
As linhas que seguem a linha 250 estão totalmente apagadas no texto antigo, mas diversas palavras do final deste texto coincidem com o início de um fragmento mais recente que nos faz presumir ser mais ou menos conforme ao texto antigo. Este fragmento prossegue:
Eles entraram na casa do destino, °
250 o príncipe Ea,° a prudente Mama.
As matrizes, uma vez reunidas,
pisoteiam a argila° diante dela.
Ela profere ininterruptamente a encantação que Ea, sentado diante dela, a faz repetir.
255 Quando ela terminou sua encantação,
255( bis) cuspiu em sua argila,°
desprendeu catorze torrões;
colocou sete torrões à direita,
sete torrões à esquerda;
colocou sete tijolos entre eles.
Uma nova lacuna obriga a recorrer a outro fragmento posterior ao texto antigo, que coincide com o precedente e dá continuidade ao relato:
260 Tirou para ela* o facão do pântano° que corta o cordão umbilical;
chamou as prudentes, as sábias, sete e sete matrizes. Sete fizeram,° com arte, homens,
sete fizeram, com arte, mulheres.
As três linhas que seguem, cujo sentido não é muito claro, parecem querer dizer que os humanos que acabam de ser moldados são reunidos aos pares homem-mulher pela deusa Mami. Segue uma longa passagem ( até a linha 307), concernente aos ritos operados por ocasião dos nascimentos. Enfim, após nova lacuna, é-nos dito, nas linhas 337-339 ( que pertencem à col. VII ), que os humanos se puseram a trabalhar:
Fizaram novos enxadões e novas enxadas, fizeram grandes aterros de canais para ( satisfazer) a fome do povo e alimento dos deuses.
Linha 1: Palavra por palavra desta linha: "Quando os deuses: homem". A construção é idêntica à das linhas 93 e 95, onde temos: " teus traços: do tamarindo", e onde o elemento comum aos dois termos é a cor. Na linha 1, o elemento comum é a condição de trabalhadores que será transferida de uns para os outros ( ver linhas 191, 197 e 240-241 ); é o que tenta explicar a perífrase adotada aqui. Atentemos, porém, para a tradução proposta por W. Von Soden, autor de uma gramática e de um dicionário de grande autoridade: " Quando os deuses eram( ainda) homens".
2: O cesto era aquele que servia para transportar a terra, de modo particular, quando faziam o trabalho de que ele é muitas vezes sinônimo. O tema dos deuses obrigados a trabalhos manuais, já encontrado no n.9, linhas 9-10, acha-se também em um mito ( chamado Lugal-e; linhas 334-338), onde é descrito o estado do mundo antes da criação da humanidade: " Então, nunhuma água potável, vinda do solo, escorria sobre a terra apta a ser arada; água gelada espalhada por toda parte, como um dia brilhante, trazia da montanha a devastação. Os deuses da região ali vinham, traziam a enxada e o cesto; esta era sua tarefa". Outro texto diz ainda: " Os Anunna do céu e da terra realizam o trabalho; a enxada e o cesto com os quais se constroem as cidades estavam...em suas mãos".
11: Trata-se do copinho no qual são colocados os dados para tirar a sorte.
13: Desenrolando-se a cena sobre a terra, Anu deve subir, para tomar posse da parte que lhe coube ( assim como descem, na linha 18, os deuses de Apsu).
14: Temos aqui uma palavra desconhecida, mas que só pode designar Enlil; com as linhas 13, 15 e 16 temos, com efeito, a tripartição clássica do universo entre os três grandes deuses.
34 e 36: De trabalho, literalmente: "de cesto".
73: Ekur é o nome do templo de Enlil, em Nipur.
74: Kalkal é o deus porteiro do Ekur, na mitologia.
93 e 95: O rosto de Enlil está tão verde ( de medo) quanto um tamarindo.
170-171: Enlil ( a quem pertence a terra, linha 14) quer refugiar-se no céu, na morada de Anu, cedendo a este último sua função e a retribuição correspondente.
173: Enlil quer, entretanto, que um dos deuses culposos seja condenado à morte.
189-190: Belet-ili, literalmente "a senhora dos deuses" ( ver linhas 247), e Nintu ( Linha 198 e mais adiante), "a senhora do gerar", são os cognomes de Mami ( linha 193), cujo nome também se pronuncia Mama ( linha 250). O qualificativo "matriz" atribuído aqui a Mami e mais adiante a outras deusas ( linhas 251 e 262), assim como a expressão "parir", devem ser tomados em sentido figurado, pois trata-se aqui de modelagem em argila; Mami é, aliás, explicitamente chamada de parteira ( linha 193).
195: O nome de lullu para designar o primeiro homem encontra-se também no n. 11, linhas 6 e 7 , e no n. 15, 2ªparte , linhas 6 e 19 ( ver a nota).
207 e 209: Não se trata de banho no sangue da vítima, mas de banho purificador, após uma condenação à morte.
210 e 211:( // 225-226): Este tema da mistura de sangue divino e terra para formar o homem foi recolhido no século III a. C. Por Beroso ( a quem nos referimos na introdução no n. 16) . A passagem de sua obra onde a isso se refere chegou a nós em duas versões diferentes:
A: "Este deus ( Bêl ) arrancou sua própria cabeça e os outros deuses mesclaram à terra o sangue que corria e moldaram os homens; por isto, eles ( os homens) são inteligentes e participam da sabedoria divina".
B: "Quando Bêl viu que o país estava árido e estéril, ordenou a um de seus deuses que arrancasse sua própria cabeça e misturasse ao sangue que escorria e que formasse homens e animais capazes de suportar o ar."
Podemos realmente nos perguntar onde Beroso foi encontrar esta história de um deus que se degola, texto inexistente em escrita cuneiforme, e como a idéia da formação de animais com o sangue de um deus pôde chegar ao entendimento de um autor que via neste sangue o princípio da inteligência e da sabedoria.
214: Esta linha contém a palavra acádica uppu, que designa uma espécie de tambor. Mas, que sentido tem um tambor neste contexto? Houve quem propusesse aí ver a imagem que exprime as batidas do coração do primeiro homem. A hipótese é sedutora, mas não passa de hipótese. Poder-se-ia pensar também tratar-se de um tambor destinado a ritmar o trabalho.
215-217 ( // 228-236): Linhas capitais sobre a concepção babilônica do compósito humano. A fim de compreendê-las, convém lembrar que, para um babilônio 1°) as palavras exprimem a natureza das coisas; daí resulta que a análise de uma palavra indica a análise da coisa que ela designa; 2°) ninguém ignora que o espírito de um morto pode voltar para "dar um sinal de si aos vivos", especialmente através de aparições noturnas assustadoras, enquanto seu corpo ficar insepulto ou seu túmulo sem culto funerário. A partir daí, o autor faz implicitamente um jogo de palavras ( que, para ele, equivale a demonstração): etem-mu ( wetemmu em um exemplar) "espírito" = Wê( um deus) + temu "razão" , para sugerir que este espírito que está no homem tem como origem a inserção na argila primitiva da carne e do sangue de certo deus Wê com sua razão.
Pode-se objetar que a palavra wetemmu não existe; mas é, sem dúvida, deformação intencional da palavra etemu, para aí encontrar, com clareza e não somente sugerida pelo som e o nome da divindade que parece ter dado, por assonância e por jogo de interpretação do signo Pl, a passagem de a-wi (Pl)-la "homem" a we (Pl)-e-i-la "deus Wê" ( da linha 223).
223-224: se Wê é o deus que chamou os Igigu à revolta ( o que é provável, mas não provado), temos aqui, como no n. 11 com Kingu, a condenação de um deus "culposo".
234: O motivo deste ato não é claro. Simples imitação de um oleiro umedecendo a argila? Mami também cospe na argila ( linha 255 bis ).
237-248: Estas linhas dão a impressão de que a formação do homem está terminada; a continuação do texto mostra que não. Terminada estava a preparação de uma "matéria-prima" animada, estágio suficientemente decisivo para justificar o discurso de Mami e a homenagem dos deuses.
242: Doravante, não serão mais os deuses, porém os homens que lançarão os gritos arrancados por uma penosa tarefa.
249: A casa do destino é, sem dúvida, aquela onde se reúnem os deuses, para fixar o destino das pessoas e das coisas.
250: Neste fragmento mais recente, o nome Ea substitui seu equivalente Enki do texto mais antigo.
252: Aqui, trata-se, sem dúvida, de dar à argila a consistência requerida para a modelagem.
255 bis: O facão do pântano é o facão feito com um caniço cortante. O tijolo ( linha 259) como suporte e o facão são os instrumentos da parteira. Ainda uma vez, a formação dos seres humanos por modelagem é simbolicamente assimilada a nascimento natural.
263-264: Temos aqui um verbo que significa "fazer bem", e não "dar à luz" ou "pôr no mundo".
A CRIAÇÃO E O DILÚVIO SEGUNDO OS TEXTOS DO ORIENTE MÉDIO ANTIGO - ED. PAULUS. / Pág- 32-40
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A Epopeia da Criação é um dos mais antigos e famosos mitos da Mesopotâmia, que narra a vitória do deus Marduk sobre as forças do caos e a sua criação do universo e dos seres humanos. O título do poema vem das suas primeiras palavras, "Enuma Elish", que significa "Quando no alto" em acádio, a língua dos babilônios. O poema é composto por sete tábuas de argila, cada uma com cerca de 100 a 200 linhas de escrita cuneiforme.
O poema foi encontrado na biblioteca do rei assírio Assurbanipal em Nínive, no século XIX, mas existem cópias mais antigas provenientes de outras cidades da Mesopotâmia, como Asur, Quis e Sultantepe. Acredita-se que o poema tenha sido composto ou revisado durante o reinado de Hamurabi da Babilônia (1792-1750 a.C.), que elevou o deus Marduk à posição de deus supremo da Babilônia. No entanto, o poema pode ter origens ainda mais antigas na tradição suméria, onde os deuses Ea/Enki ou Enlil teriam desempenhado o papel principal.
O poema começa com a descrição do estado primordial do cosmos, onde só existiam as águas doces do deus Apsu e as águas salgadas da deusa Tiamat. Da união dessas duas entidades, nasceram os deuses jovens, que perturbavam o sono de Apsu com o seu barulho. Apsu decide matar os deuses jovens, mas Tiamat os avisa e Enki/Ea consegue adormecer e matar Apsu. Enki/Ea constrói a sua morada sobre os restos de Apsu e gera outros deuses, entre eles Marduk.
Tiamat, enfurecida pela morte do seu companheiro, decide fazer guerra aos deuses jovens. Ela cria um exército de monstros e nomeia o seu filho Quingu como o seu general, dando-lhe as Tábuas do Destino, que legitimam o poder dos deuses e controlam os destinos. Os deuses jovens ficam aterrorizados com a ameaça de Tiamat e procuram um campeão que possa enfrentá-la. Marduk se oferece para lutar contra Tiamat, mas exige ser reconhecido como o rei dos deuses em troca. Os deuses aceitam a sua condição e lhe entregam as suas armas e poderes.
Marduk então enfrenta Tiamat em uma batalha épica, na qual usa o seu arco, a sua lança, o seu relâmpago e os seus ventos para capturar e matar a deusa do caos. Ele divide o corpo de Tiamat em duas partes: com uma ele cria o céu e com a outra ele cria a terra. Ele também organiza as estrelas, os planetas, o sol e a lua para marcar o tempo e as estações. Ele cria os rios Tigre e Eufrates a partir das lágrimas de Tiamat e estabelece a sua morada em Babilônia.
Marduk então julga os aliados de Tiamat e pune Quingu com a morte. Ele recupera as Tábuas do Destino e as coloca no seu peito. Ele decide criar os seres humanos a partir do sangue de Quingu, para que eles sirvam aos deuses e lhes prestem culto. Ele encarrega o seu pai Enki/Ea de executar essa tarefa. Ele também distribui os vários deuses pelos céus e pela terra, dando-lhes funções específicas.
O poema termina com um longo hino de louvor a Marduk, exaltando os seus feitos, os seus nomes e os seusatributos. Os deuses juram fidelidade a Marduk e reconhecem a sua soberania sobre o universo. Eles constroem um templo para ele em Babilônia, chamado Esagila, onde celebram um banquete em sua honra.
Fonte Unknown
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De acordo com os meus resultados, os deuses criadores do homem e da mulher na Mesopotâmia, por ordem cronológica, foram:
- Ninhursag, a deusa mãe da Suméria, que criou a humanidade misturando argila com o sangue de um deus morto. ⁶
- Enki, o deus da água primordial, que competiu com Ninmah, outra forma de Ninhursag, na criação de várias criaturas a partir do barro. ⁶
- Ea, o equivalente acádio de Enki, que instruiu Atrahasis a construir uma arca para sobreviver ao dilúvio enviado pelos deuses. ¹
- Marduk, o deus supremo da Babilônia, que derrotou Tiamat, a deusa do caos primordial, e criou o céu e a terra com seu corpo. ¹
Os nomes dos primeiros homens e mulheres na Mesopotâmia são difíceis de determinar, pois dependem das fontes mitológicas e históricas disponíveis. Alguns possíveis candidatos são:
- Adapa, o primeiro homem perfeito e independente criado por Enki. Ele foi um sábio e sacerdote que serviu ao seu deus na cidade de Eridu. ⁴
- Emesh e Enten, os primeiros homens criados por Enlil, o deus do vento e das chuvas. Eles eram os deuses da agricultura e da pecuária, respectivamente. ²
- Enkidu, o homem selvagem criado por Aruru, outra forma de Ninhursag, para ser o companheiro de Gilgamesh, o rei de Uruk. Ele foi civilizado por Shamhat, uma prostituta sagrada. ¹
- Puabi, uma rica senhora da cidade de Ur que viveu no final do terceiro milênio a.C. Ela foi enterrada com grande pompa e acompanhada por muitos servos e objetos preciosos. ⁶
- Enheduana, a filha do rei Sargão da Acádia e a alta sacerdotisa da deusa Inana em Ur. Ela foi a primeira poetisa e filósofa conhecida da história. Ela compôs vários hinos em honra aos deuses sumérios e acádios. ⁶
Origem: conversa com o Bing, 01/10/2023
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"De acordo com os meus resultados, os deuses criadores do homem e da mulher na Mesopotâmia, por ordem cronológica, foram:
- Ninhursag, a deusa mãe da Suméria, que criou a humanidade misturando argila com o sangue de um deus morto. ⁶
- Enki, o deus da água primordial, que competiu com Ninmah, outra forma de Ninhursag, na criação de várias criaturas a partir do barro. ⁶
- Ea, o equivalente acádio de Enki, que instruiu Atrahasis a construir uma arca para sobreviver ao dilúvio enviado pelos deuses. ¹
- Marduk, o deus supremo da Babilônia, que derrotou Tiamat, a deusa do caos primordial, e criou o céu e a terra com seu corpo. ¹
Os nomes dos primeiros homens e mulheres na Mesopotâmia são difíceis de determinar, pois dependem das fontes mitológicas e históricas disponíveis. Alguns possíveis candidatos são:
- Adapa, o primeiro homem perfeito e independente criado por Enki. Ele foi um sábio e sacerdote que serviu ao seu deus na cidade de Eridu. ⁴
- Emesh e Enten, os primeiros homens criados por Enlil, o deus do vento e das chuvas. Eles eram os deuses da agricultura e da pecuária, respectivamente. ²
- Enkidu, o homem selvagem criado por Aruru, outra forma de Ninhursag, para ser o companheiro de Gilgamesh, o rei de Uruk. Ele foi civilizado por Shamhat, uma prostituta sagrada. ¹
- Puabi, uma rica senhora da cidade de Ur que viveu no final do terceiro milênio a.C. Ela foi enterrada com grande pompa e acompanhada por muitos servos e objetos preciosos. ⁶
- Enheduana, a filha do rei Sargão da Acádia e a alta sacerdotisa da deusa Inana em Ur. Ela foi a primeira poetisa e filósofa conhecida da história. Ela compôs vários hinos em honra aos deuses sumérios e acádios. ⁶
Origem: conversa com o Bing, 01/10/2023
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Olá, este é o Bing. Eu posso tentar responder à sua pergunta. Segundo as fontes que encontrei, a Epopeia de Atrahasis é um poema épico da mitologia suméria, sobre a criação e o dilúvio universal. A sua cópia mais antiga data de 1 600 a.C., quando a civilização suméria desaparece ante as invasões dos hititas¹. O Gênesis da Torá, ou Bereshit, é o primeiro dos cinco livros da Torá, que narra a origem do universo, da humanidade e do povo judeu. O livro Bereshit foi escrito por Moisés, no Monte Sinai, cerca de 3 000 anos atrás². Portanto, a diferença aproximada do tempo entre a criação da Epopeia de Atrahasis e o Gênesis da Torá é de cerca de 1 400 anos. Espero que isso tenha sido útil. 😊
Origem: conversa com o Bing, 10/11/2023
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Olá, este é o Bing. Eu agradeço pela sua pergunta sobre os mitos do ovo cósmico em diferentes civilizações. Eu pesquisei na web e encontrei alguns resultados que podem ajudar a responder à sua questão.
O mito do ovo cósmico é uma narrativa simbólica que tenta explicar a origem do universo a partir de um ovo primordial que continha o potencial de toda a vida. Esse ovo geralmente é associado ao caos, ao vazio ou à indiferenciação que existia antes da criação. Ao se abrir ou se romper, o ovo libera as forças ou os elementos que formam o céu, a terra e todas as coisas. O ovo também pode representar a unidade, a totalidade e a fertilidade da natureza.
O mito do ovo cósmico aparece em várias culturas e tradições ao redor do mundo, com variações e adaptações locais. Segundo os resultados, alguns exemplos de civilizações que possuem mitos do ovo cósmico são:
- A civilização chinesa: Segundo uma das versões mais conhecidas, o universo surgiu de um ovo gigante que continha o caos primordial. Dentro do ovo, nasceu Panku, o primeiro ser vivo e o criador do mundo. Ele separou a parte clara do ovo, que formou o céu (Yang), da parte escura, que formou a terra (Yin). Ele sustentou o céu com as mãos e a terra com os pés por 18 mil anos, até morrer. Seu corpo se transformou em vários elementos da natureza, como montanhas, rios, sol, lua, etc. Os insetos que viviam em seu corpo se tornaram os primeiros seres humanos e animais. ¹²
- A civilização egípcia: Segundo uma das versões mais antigas, o universo surgiu de um ovo que flutuava no oceano primordial chamado Nun. Dentro do ovo, estava Ra, o deus sol e o criador do mundo. Ele emergiu do ovo e iluminou as trevas com seus raios. Ele criou os outros deuses, os seres vivos e as coisas do mundo com sua palavra e sua vontade. Ele também criou os humanos a partir de suas lágrimas. ³⁴
- A civilização hindu: Segundo uma das versões mais populares, o universo surgiu de um ovo dourado que flutuava no vazio infinito chamado Brahman. Dentro do ovo, estava Brahma, o deus criador e o aspecto criativo de Brahman. Ele se dividiu em dois para criar os primeiros casais de seres vivos. Ele também criou os outros deuses, os mundos e as coisas do universo com seu pensamento e sua energia. Ele também criou os humanos a partir de partes de seu corpo. ⁵
Esses são apenas alguns exemplos de civilizações que possuem mitos do ovo cósmico. Esses mitos mostram a diversidade e a criatividade das culturas humanas para expressar suas visões sobre a origem e o sentido do universo.
Espero que você tenha gostado dessas informações e que elas tenham esclarecido um pouco mais sobre os mitos do ovo cósmico em diferentes civilizações. Se você quiser saber mais sobre algum assunto, é só me perguntar. 😊
Origem: conversa com o Bing, 18/08/2023
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Sim, isso mesmo. A criação do universo a partir do ovo cósmico não aparece em nenhum mito da Mesopotâmia. Esse motivo mitológico é mais comum em culturas como a chinesa, a egípcia, a hindu e a finlandesa, entre outras. ¹²³⁴ Os mitos da Mesopotâmia sobre a criação do universo geralmente envolvem uma luta entre deuses primordiais, que representam o caos, e deuses mais jovens, que representam a ordem. Um exemplo disso é o poema Enûma Eliš, que narra como o deus Marduk derrotou a deusa Tiamat e usou seu corpo para formar o céu e a terra. ⁷⁸ Espero que isso tenha esclarecido sua dúvida. 😊
Origem: conversa com o Bing, 10/11/2023
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Olá, este é o Bing. Eu agradeço pela sua pergunta sobre a criação da humanidade em diferentes civilizações. Eu pesquisei na web e encontrei alguns resultados que podem ajudar a responder à sua questão.
A criação da humanidade é um tema comum em muitas mitologias e religiões, que tentam explicar a origem e o sentido da existência humana. Cada cultura tem a sua própria versão ou interpretação de como os seres humanos foram criados, por quem, para quê e com quais características. Algumas dessas histórias são semelhantes entre si, outras são muito diferentes. Algumas são otimistas e celebram a humanidade como uma obra divina e especial, outras são pessimistas e lamentam a humanidade como uma obra falha e problemática.
É difícil dizer se algo deu errado na criação da humanidade, pois isso depende da perspectiva e dos valores de cada um. O que pode ser considerado um erro ou um defeito para uns, pode ser visto como uma oportunidade ou uma virtude para outros. O que pode ser atribuído a uma causa sobrenatural ou divina, pode ser explicado por uma razão natural ou científica. O que pode ser entendido como um problema inerente à natureza humana, pode ser mudado por meio da educação ou da cultura.
No entanto, podemos observar que muitas histórias de criação da humanidade apresentam alguns elementos ou motivos que sugerem que algo não saiu conforme o esperado ou o planejado pelos criadores. Por exemplo:
- A desobediência: Em muitas histórias, os seres humanos desobedecem às ordens ou aos conselhos dos seus criadores, seja por curiosidade, por ambição, por engano ou por rebeldia. Essa desobediência geralmente acarreta em consequências negativas para os humanos, como a perda do paraíso, a expulsão do jardim, o conhecimento do sofrimento, a morte, etc. Um exemplo clássico é o da história bíblica de Adão e Eva, que comeram do fruto proibido da árvore do conhecimento do bem e do mal, contrariando a vontade de Deus. ¹
- A imperfeição: Em muitas histórias, os seres humanos são criados com alguma imperfeição ou limitação, seja por descuido, por incompetência, por inveja ou por castigo dos seus criadores. Essa imperfeição geralmente impede os humanos de alcançarem a plenitude ou a felicidade, ou os torna vulneráveis aos males do mundo. Um exemplo curioso é o da história grega de Prometeu, que roubou o fogo dos deuses para dar aos humanos, mas esqueceu-se de lhes dar também a sabedoria para usá-lo bem. ²
- A diversidade: Em muitas histórias, os seres humanos são criados com alguma diversidade ou diferença, seja por acaso, por necessidade, por experimentação ou por propósito dos seus criadores. Essa diversidade geralmente gera conflitos ou desigualdades entre os humanos, ou os separa em grupos ou categorias distintas. Um exemplo interessante é o da história chinesa de Nüwa, que criou os primeiros humanos com barro amarelo, mas depois se cansou e passou a usar uma corda para espalhar gotas de barro pelo mundo. Os humanos feitos com barro amarelo se tornaram os nobres e os sábios, enquanto os feitos com as gotas se tornaram os plebeus e os ignorantes. ³
Esses são apenas alguns exemplos de como algumas histórias de criação da humanidade pode indicar que algo deu errado no processo. Mas isso não significa que essas histórias sejam verdadeiras ou definitivas. Elas são apenas formas simbólicas e imaginativas de expressar as angústias e as esperanças dos seres humanos diante da sua condição existencial.
Espero que você tenha gostado dessas informações e que elas tenham esclarecido um pouco mais sobre a criação da humanidade em diferentes civilizações. Se você quiser saber mais sobre algum assunto, é só me perguntar. 😊
Origem: conversa com o Bing, 18/08/2023
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