domingo, 14 de junho de 2020

Escrever contra a Depressão


Existe algo de muito estranho e peculiar que sempre foi uma constante, night and day, nesta minha bizarra encarnação: 

Näo tenho como afirmar com o mìnimo de segurança necessária que em algum período dos meus 50 anos, tenha eu vivido o chamado padrão de normalidade que a sociedade induz, condiciona e vende para que fulano, ciclano e beltrano se encaixem nas engrengens do Sistema The Wall do Pink Floyd.

Também não vou listar e enumerar todas as ocorrências tipo: flashback das insanidades do William que é meu nome, mas vou evocar algumas lembranças para poder ilustrar meu raciocínio.

Certamente, posso dizer que antes de adentrar o Portal Sagrado do Rock n Roll eu jà tinha uma alma atormentada por toda a humilhação sofrida na infância que sabotou minha sexualidade e masculinidade. 

Depois tive uma adolescência de treinamentos de judô excessivamente pesados e puxados e aqui vale aproveitar o ensejo e reclamar.

Fui praticamente privado de estudar com dedicação adequada para me preparar para uma vida normal profissional.

Isso porque todas as minhas energias se concentravam em aplicar o meu máximo no judô, tanto que quando um dia nos meus 13 anos de idade não consegui sair da cama. 

Meus pais me levaram num hospital e chegando lá o médico após ser informado o quanto era minha carga de treinamento diário ele disse enfaticamente: "o filho de vocês está com estafa" .

Ele não aprovou eu treinar tanto com tão pouca idade.(Detalhe: eu não praticava esporte, porque a prática de esporte é uma coisa saudável.Eu era preparado para ser CAMPEÃO e fosse eu o melhor da minha categoria ou não, mas eu tinha que ser CAMPEÃO senão...).
Isso porque naqueles idos não se usava a palavra estresse e o médico tratou de redigir um laudo para que meu sensei me dispensasse dos treinos por um mês.

Enfim, a verdade é que não consigo superar certas fases da minha jornada no planeta Terra e acabei desabafando de novo, porque estou escrevendo para não ficar deprimido. 

Mas podem ter certeza que tudo o que relato representa apenas 1% do que foi a intensidade desses momentos.

Lembro que muitas vezes tinha medo de vestir o kimono porque poucos sabem o que é levar um golpe de um peso pesado e ter que vomitar em função da queda e continuar treinando ou fazer 500 flexões de braço apanhando com varabde bambú ou a bengala do sensei.

Vou parar.Vou virar a página.

O grande lance foi quando conheci o Gerson guitarrista do Vulcano a primeira banda de Black Metal do Brasil.

O que de tão relevante o Gerson me disse afinal?

Por volta de 1983, ouvíamos discos juntos eu, ele Alfeu e a turma e quando acontecia numa música algo excepcionalmente bom e verdadeiramente do Rock, o Gerson falava: " esse guitarrista tem a LOUCURA" ou determinada Banda não tinha a LOUCURA e isso valia para qualquer mûsico instrumentista.

Então, eu descobri que o rôtulo da LOUCURA que era o elemento fundamental para passar no crivo de qualidade do Gerson tinha um tanto suficiente de coerência.

Desde então passei também assim como  outros amigos de outrora constatar primeiro se determinado músico ou a música X tem a LOUCURA ou não, mesmo que se tratasse de um virtuoso instrumentista.


Depois, o Gerson veio com a denominação: Fulano tem a DEMÈNCIA tocando.

Sendo assim me comprometo a escrever sobre o Rock n Roll e a LOUCURA


Então fica assim!Olho Aberto nas postagens e segura a bronca aí louco que volto daqui a pouco.

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