Meu maior Conflito Existencial é que a despeito de todos os meus esforços, não consegui deixar de ser um Ser Híbrido ou seja, sou literalmente a dualidade por excelência.
Grande parte dessa confusão, creio ser genética de quem, logo ao nascer, foi registrado na Certidão de Nascimento como "PARDO" que diga-se de passagem é um Fardo , porque PARDO significa "SUJO" e Rótulo esse que me gerou vários desastres mentais, e que atribuo a união sexual interracial de meu pai, filho de negro jamaicano que casou-se com uma Índia boliviana e assim meu pai acasalou-se e estabeleceu uma união totalmente instável com minha mãe que é branca de olhos bem azuis nascida na roça.
O ano?
1968.
Agora, se existe muito racismo ainda hoje, imagine naquela época.
Difícil de imaginar o que eles sofreram por tentar um casamento interracial?
A família do meu pai não aceitava minha mãe por ela ser branca e meu pai por ser negro, sofria racismo de todas as formas por ser negro.
Aliás, também sofri racismo forte antes do racismo ser considerado crime, e como eu gostava de ir a praia e tomar banho de mar, eu ficava bem bronzeado e assim eu era chamado de PRETO SUJO, todos os dias, num Colégio famoso da Elite, onde fui bolsista por dois anos.
Além do mais, estudei o Sociólogo Jessé Souza que explica como nenhum outro, o Conceito que, o renomado Historiador Gilberto Freire formulou sobre os mulatos, que segundo Freire, não tem nem os atribitos dos brancos, nem dos negros, sendo algo indesejado, como um Ser Intermediário.
E na Sociedade de lugar nenhum existe Representatividade e Movimento dos Mulatos e Mulatas.
Existe o Movimento dos Negros, mas como diziam, eu sou café com leite e pé na cozinha.
Onde quero chegar?
O Rabino e Cabalista Yair Alon do programa Zôhar Diário do YouTube confirma que maldições familiares e de pais para filhos, existem de fato.
Numa noite de natal, eu estava sozinho, sentado de madrugada num banco da praia, quando me apareceu, um senhor nordestino e sentou ao meu lado e pra ele contei minha história e ele me disse enfaticamente:
"Maldições de pais, assim como bençãos fazem mal ou bem para os filhos, mas de parentes em geral geram o mesmo efeito".
Claro!
Dependendo do ódio no coração de uma pessoa, a palavra proferida pode fazer com que milhares de vidas sejam ceifadas, com uma voz de comando, especialmente para pessoas com Poder Político.
Quando minha mãe engravidou, minha avó Adelina , a boliviana, gritava com minha mãe, rogando maldições e ameaças, profetizando que suas Magias contra mim, no ventre de minha mãe, fariam que eu nascesse morto e de fato o parto foi muito complicado, quase morremos eu e minha mãe, mas não vou me deter nesse episódio.
Alguns meses depois, quando num carrinho de bebê, daqueles antigos com a parte superior de ferro, bati a cabeça , especificamente, a moleira e fiquei desacordado e roxo.
Minha mãe que estava sozinha no apartamento num bairro próximo donde moro agora, em desespero, pois naqueles idos não existia o SAMU, ela abriu a janela e me colocou pra fora e me pegou pelos calcanhares e me virou de ponta cabeça e me chacoalhou do oitavo andar e acho que as estrelas me abençoaram e quase sem esperança , minha måe, me colocou no berço e de repente voltei a respirar.
Depois sofri ainda criança uma dúzia situações de risco de morte como acidente de carro, ônibus e afogamentos e de lá pra cá vi a cara da morte de perto mais de 100 vezes.
Piores que a cansativa história dos abusos sexuais que sofri e que cansei de contar pra todo mundo, foi o turbilhão de humilhações que passei por eu ser chamado de viadinho e marica por todos no prédio onde eu morava, juntamente com o medo que meus pais descobrissem tudo e eu fosse punido.
Para resumir a história e não comprometer pessoas que ainda estimo, minha vida resume-se num ciclo de humilhações, desonra, escárnio, chacotas e maldições sofridas, mas o Rock n Roll e seus diversos subgêneros me traziam e trazem alegrias, assim como os desenhos animados que eu amava do Walt Disney e da Hanna Barbera.
No entanto, meu único e verdadeiro refúgio e porto seguro foi me conectar com Deus/D'us, assim que aprendi a ler.
No Judô, de uma maneira peculiar fui feliz, porque fui aceito como ser humano por pessoas de academias as quais pertenci e fiquei forte fisicamente e comecei a namorar com mulheres.
Nos anos 80, o Heavy Metal me deu Força para enfrentar o clima sempre denso da doentia relação entre meus pais que nunca se casaram.
Na década de 90 conheci o Show Business e fora tudo uma euforia imensa que O Vento Levou.
Porém, eu mais que querer competir para ganhar medalhas ou fazer um esporte qualquer, eu me sentia bem porque não era rejeitado e mais que tudo, porque eu queria encontrar um Sensei que realmente me ensinasse o Espírito do Judô.
E quando encontrei um certo Sensei chamado Sadao que nunca me obrigou a ser campeão em todos quase mensais campeonatos, quando não semanais, meu pai se irritou profundamente um dia no qual estávamos almoçando e ele depois que me entregou um telegrama desse Sensei que tinha mudado de cidade, chorei copiosamente, porque ele me disse que tinha dois filhos no Judô e eu era um deles.
Daí meu pai esbravejou profundamente e disse que com esse Sensei que em respeito aos outros que tive, e esse foi o único a me ensinar o Verdadeiro Judô, sem tirar o mérito dos outros Senseis, mas meu pai, me tirou forçosamente do Clube no qual tal Sensei me treinava.
Na verdade, meu pai brigava com todos os Senseis que tive e achava que sabia mais que eles todos, em função do fato, que eu não me sagrava campeão em todas as competições que era um processo bem normal até, afinal ninguém ganha todas as lutas.
Daí, quase apanhei porque se eu contianuasse a seguir esse Sensei, meu pai dizia que eu não seria nunca campeão brasileiro e porque eu não tinha duas coisas, malícia e maldade e chegou até explicar-me como aplicar golpes baixos sem que o juiz visse, na sala da casa onde morávamos e isso perturbou minha cabeça de forma indizível.
Só pra constar, meu pai que nunca adentrou um Dojô ou um Shiai jo ( área de competição) quando eu perdia uma competição ele vestia um Judogi/Kimono e passava horas tentando me ensinar como derrubar meu adversários.
Contudo, uma coisa é ver um golpe, a outra é saber tentar aplicá-lo com o adversário parado e outra coisa e aí consiste o grau enorme de dificuldade do Judô é conseguir a aplicar um mesmo golpe de judô em diferentes adversários que se movimentam diferentemente um do outro no tatame e que têm forças diferentes com pontos de equilíbrios variando com o movimento e os passos de cada judoca.
Porém, eu enxergava também virtudes no meu pai que era enxadrista, dominava o português como poucos e tinha fluência em física e matemática e o amava, ele era de fato muito inteligente e entendi por conta própria que ele queria que eu fosse tudo o que ele não conseguiu ser, porque ele me explicou, logo quando eu era criança, os porquês ele era frustrado, pois ao invés de ser Subgerente do Laboratório de Química da COSIPA, seu sonho frustrado era ter sido jogador de futebol e meu pai jogando futebol, parecia, dando os devidos descontos, o Pelé, seu ídolo.
E compreendi meu pai, porque nesse dia ele me perguntou se eu sabia o que significava a palavra "frustação "e eu disse que não e ele me contou o caso dele.
E se um dia de fato eu tiver que escrever para comentar algo sobre minha mãe , eu escrerei um livro, pois ela é uma singularidade e é meu TUDÃO NESSA VIDA.
Enfim, apesar de todas as humilhações, punições, insanidades, medos sei que têm momentos que quando fico com muita raiva quero matar determinada pessoa, mas esse sentimento logo se dissipa dentro do meu ser e estou sempre receptivo para dar uma outra chance para que determinada pessoa pelo menos não profira nenhuma maldição contra mim.
Porque maldições, a inveja e a palavra falada, porque nela reside o mistério do Verbo, podem sim, ceifar vidas e assim como, nossos pais podem nos abençoar eles podem nos amaldiçoar, e vice versa, mas Deus é comigo.
Assim vivi dionísicamente, sem direção tresloucado.... vivi excessos, hedonismo e situações perigosas demais e caóticas, mas, tornei-me também Apolíneo com a idade.
Não sou Direitista, mas também não concordo com todas as premissas da Esquerda.
Acho que dizer sou da Direita ou da Esquerda faz com que a pessoa aceite não tão e somente o que cada vertente tem que possa lhe agradar, mas um pacote completo e não acredito em político nenhum, pois nåo há um que não dance conforme a música dos Donos do Mundo e se gritar "Pega Ladrão Não Sobra Um Irmão Sequer".
Minha Tribo e minha Religião é o Rock n Roll.
Sinto-me como o Estrangeiro de Albert Camus.
Sou Sol e Lua.
Sou Bem e Mal.
Sou Sim e Não.
Sou YIN & YANG e tive que conter meus impulsos para não ser PÃ que em Grego significa, Tudo, hoje vivo mais em Solitude e Seletivo.
Enquanto isso a Essência do Monismo do Advayta está no Axioma "Eu estou em você e você está em Mim."
Afinal somos todos Fagulhas de Adam Kadmon e a maioria está fazendo o seu Tikun.
"...Na Esfera, Eu Sou em toda parte o Centro e como Ela, a Circunferência é achada em lugar nenhum..."
Então Fica Assim!
Dirijo-me especialmente a todos esses e essas que estão promovendo a Antropofagia, o Canibalismo, que virá o Nuclear Dharma, O MAHAPRALAYA!
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