Hello meus milhões e milhöes de leitores!
Desta vez, respeitando o fato de ter encontrado um texto forte que descreve a natureza do mundo, vou linká-lo aqui para que aliviem seus sofrimentos.
Por que a Bhagavad-gita É Tão Pessimista?
Chaitanya-charana Dasa
“Este mundo é miserável”, declara Krishna. Onde Ele quer chegar?
Após apresentar uma palestra em uma universidade, me fizeram perguntas que eu havia feito a mim mesmo quando conheci a filosofia da consciência de Krishna: “Por que a filosofia védica é tão pessimista? Já que o mundo oferta ao mesmo tempo prazer e dor, por que a Bhagavad-gita considera o mundo um lugar de sofrimento?”
Ao longo de uma década e meia de prática e distribuição da consciência de Krishna, tenho preparado e refinado respostas a essas perguntas. Aqui está minha resposta curta em quatro pontos:
A Bhagavad-gita não é pessimista, mas realista; a realidade é que o pêndulo prazer-dor do mundo pende pesadamente para o lado da dor.
Mesmo que consideremos a filosofia da Gita pessimista, este pessimismo é apenas inicial, não final. Em sua conclusão, a Gita oferece uma mensagem supremamente otimista.
Mesmo o melhor otimismo mundano é falho frente ao anseio dos nossos corações, um anseio preenchido somente pela visão da realidade que nos é oferecida na Gita.
A Gita não nos ensina a rejeitar este mundo em favor do mundo espiritual, mas a harmonizá-los.
Analisemos estes pontos sistematicamente.
Mergulhe no Sofrimento
Podemos conseguir insights quanto ao pêndulo prazer-dor do mundo examinando o pêndulo prazer-dor do nosso corpo, através do qual experimentamos o mundo fundamentalmente. Para esta discussão, utilizarei a sigla DIVE (mergulhar em inglês).
A vida no corpo material tem mais possibilidades de sofrimento do que prazer.
Duração: Os prazeres que o corpo pode nos conceder, tais como comer e ter relações sexuais, duram apenas poucos minutos. No entanto, as dores que o corpo pode nos causar, tais como problemas crônicos nas costas ou artrite ou câncer, podem durar anos.
Intensidade: O corpo é bem mais sensível à dor do que ao prazer. Se estamos deitados confortavelmente em uma cama, sendo massageados por mãos calmantes e macias, uma agulhada em qualquer parte do corpo irá causar uma dor cuja intensidade excede a do prazer experimentado em todas as outras partes do corpo.
Variedade: As maneiras pelas quais o corpo pode nos dar prazer são poucas, enquanto as maneiras pelas quais pode nos causar dor são muitas, até inumeráveis. Os olhos podem nos dar prazer especialmente por vermos objetos atrativos, mas podem nos causar dor por serem golpeados, perfurados ou arrancados, ou por se inflamarem, se infectarem ou se cegarem por uma miríade de doenças.
Extensão: Poucas partes do corpo podem nos dar prazer, primariamente os órgãos sensoriais, como os olhos, ouvidos e a pele, enquanto muitas – ou melhor, todas – as partes do corpo podem nos causar dor. A não ser de uma maneira geral por contribuir para um corpo saudável, nenhum dos órgãos internos, como os rins, fígado ou coluna, podem nos conceder prazer, mas todos podem nos causar dor excruciante por adoecerem de numerosas maneiras.
Esta análise mostra que o pêndulo prazer-dor do corpo, e, por extensão, o pêndulo prazer-dor do mundo pende pesadamente para o lado da dor. É por isso que, com uma franqueza não sentimental, o Srimad-Bhagavatam (7.9.25) declara que o corpo material é ashesha-rujam virohah, o foco de criação de doenças e misérias ilimitadas, e a Bhagavad-gita (8.15) declara que o mundo material é duhkhalayam ashashvatam, um local de sofrimentos onde a pouca felicidade que podemos obter com as nossas atitudes e ações mais otimistas é arruinada devido à sua natureza inescapavelmente temporária.
Quando o Pior nos Leva ao Melhor
A mensagem essencial da Bhagavad-gita, no entanto, não é pessimista, mas otimista. Ela nos indica o mundo espiritual eterno, onde nós, como almas indestrutíveis, podemos reaver nosso destino de felicidade eterna. Para garantir que não percamos esta oportunidade gloriosa devido à esperança fútil por felicidade neste mundo, ela proclama francamente que a verdadeira natureza deste mundo é o sofrimento. Aqui está uma analogia para melhor entendermos essa estratégia.
A mensagem essencial da Bhagavad-gita é otimista, nos indicando o mundo espiritual.
Imagem relacionada
Saber como será a vida sem o tratamento pode nos ajudar a aceitá-lo.
Esta estratégia védica profundamente sábia é evidente no fluxo progressivo da Bhagavad-gita: Inicialmente, ela declara que este mundo é um lugar imutavelmente miserável, e finalmente revela o potencial dentro de cada um de nós de alcançar a bem-aventurança divina. Assim, o pessimismo inicial da filosofia védica é o começo essencial que conduz a seu otimismo definitivo.
Não Subestime a Realidade
Discussões sobre o mundo espiritual podem nos levar à pergunta: “Este anseio por um outro mundo cheio de felicidade não é uma tentativa de se escapar da realidade?”
Sim, vida espiritual é uma tentativa de escapar – não da realidade, mas para a realidade.
Examinemos objetivamente o que as pessoas consideram como vida real. É a luta perpétua do ventre ao túmulo. É uma luta contra a pressão extremamente árdua – às vezes literalmente, como sob o peso de mochilas escolares, e sempre figurativamente. Lutamos contra a pressão das expectativas alheias, contra concorrência acirrada por emprego, contra desarmonia familiar e guerras domésticas quentes e frias, contra o envelhecimento do corpo e, finalmente, contra a sentença de morte inerente aos nossos corpos mortais. Em meio a todas essas lutas, nos ocupamos em versões complexas da busca animalesca por comida, sono, acasalamento e defesa. A incerteza de sucesso nessas buscas nos estressa constantemente, e a esperança por conseguir algum sucesso é o que chamamos de “otimismo”. Mas não podemos simplesmente desejar que as doenças, o envelhecimento e morte de nossos corpos desapareçam. Mesmo quando angústias não nos devastam, nossas vidas se tornam tão entediantes que há mais pessoas consultando psicólogos por causa do tédio do que por angústia. Mesmo a atitude mais otimista faz pouco para mudar esta, porém inegável, realidade fundamental: a natureza de sofrimento da existência material.
Como definimos como real uma vida que é tão vazia, tão sem sentido, tão deçcepcionante, tão sufocante?
Nossa vida real é muito mais graciosa do que esta.
A Harmonia do Aqui e do Além
A Gita não nos ensina a rejeitar este mundo em favor do mundo espiritual, mas a harmonizá-los.
Se nós nos importarmos somente com o aqui, ficaremos apegados ao aqui e cegos para o além, assim nos privando do nosso direito à felicidade eterna. Se nós nos importarmos somente com o além, ficaremos apáticos e irresponsáveis para com o aqui, assim falhando em exercer nosso papel de preservar a ordem no aqui.
Tendo em mente a beleza, a glória e a eternidade do mundo espiritual, podemos nos imunizar contra a possibilidade de sermos cativados pelos prazeres fugazes e promessas ilusórias deste mundo. Tendo em mente o papel do mundo material como a arena que nos molda para que possamos atingir o mundo espiritual, podemos enfrentar os desafios deste mundo com determinação e sabedoria. É por isso que a Gita (8.7) nos compele a um equilíbrio dinâmico entre o aqui e o além: Deseje sinceramente o mundo espiritual, e aja com responsabilidade neste mundo aqui.
Tradução de Gaura Prasada Dasa. Revisão de Bhagavan Dasa.
Então fica assim!Olho aberto nas postagens e segura o BO aí louco que volto daqui a pouco.
Noix Mano Metal
Por que a Bhagavad-gita É Tão Pessimista?
Chaitanya-charana Dasa
“Este mundo é miserável”, declara Krishna. Onde Ele quer chegar?
Após apresentar uma palestra em uma universidade, me fizeram perguntas que eu havia feito a mim mesmo quando conheci a filosofia da consciência de Krishna: “Por que a filosofia védica é tão pessimista? Já que o mundo oferta ao mesmo tempo prazer e dor, por que a Bhagavad-gita considera o mundo um lugar de sofrimento?”
Ao longo de uma década e meia de prática e distribuição da consciência de Krishna, tenho preparado e refinado respostas a essas perguntas. Aqui está minha resposta curta em quatro pontos:
A Bhagavad-gita não é pessimista, mas realista; a realidade é que o pêndulo prazer-dor do mundo pende pesadamente para o lado da dor.
Mesmo que consideremos a filosofia da Gita pessimista, este pessimismo é apenas inicial, não final. Em sua conclusão, a Gita oferece uma mensagem supremamente otimista.
Mesmo o melhor otimismo mundano é falho frente ao anseio dos nossos corações, um anseio preenchido somente pela visão da realidade que nos é oferecida na Gita.
A Gita não nos ensina a rejeitar este mundo em favor do mundo espiritual, mas a harmonizá-los.
Analisemos estes pontos sistematicamente.
Mergulhe no Sofrimento
Podemos conseguir insights quanto ao pêndulo prazer-dor do mundo examinando o pêndulo prazer-dor do nosso corpo, através do qual experimentamos o mundo fundamentalmente. Para esta discussão, utilizarei a sigla DIVE (mergulhar em inglês).
A vida no corpo material tem mais possibilidades de sofrimento do que prazer.
Duração: Os prazeres que o corpo pode nos conceder, tais como comer e ter relações sexuais, duram apenas poucos minutos. No entanto, as dores que o corpo pode nos causar, tais como problemas crônicos nas costas ou artrite ou câncer, podem durar anos.
Intensidade: O corpo é bem mais sensível à dor do que ao prazer. Se estamos deitados confortavelmente em uma cama, sendo massageados por mãos calmantes e macias, uma agulhada em qualquer parte do corpo irá causar uma dor cuja intensidade excede a do prazer experimentado em todas as outras partes do corpo.
Variedade: As maneiras pelas quais o corpo pode nos dar prazer são poucas, enquanto as maneiras pelas quais pode nos causar dor são muitas, até inumeráveis. Os olhos podem nos dar prazer especialmente por vermos objetos atrativos, mas podem nos causar dor por serem golpeados, perfurados ou arrancados, ou por se inflamarem, se infectarem ou se cegarem por uma miríade de doenças.
Extensão: Poucas partes do corpo podem nos dar prazer, primariamente os órgãos sensoriais, como os olhos, ouvidos e a pele, enquanto muitas – ou melhor, todas – as partes do corpo podem nos causar dor. A não ser de uma maneira geral por contribuir para um corpo saudável, nenhum dos órgãos internos, como os rins, fígado ou coluna, podem nos conceder prazer, mas todos podem nos causar dor excruciante por adoecerem de numerosas maneiras.
Esta análise mostra que o pêndulo prazer-dor do corpo, e, por extensão, o pêndulo prazer-dor do mundo pende pesadamente para o lado da dor. É por isso que, com uma franqueza não sentimental, o Srimad-Bhagavatam (7.9.25) declara que o corpo material é ashesha-rujam virohah, o foco de criação de doenças e misérias ilimitadas, e a Bhagavad-gita (8.15) declara que o mundo material é duhkhalayam ashashvatam, um local de sofrimentos onde a pouca felicidade que podemos obter com as nossas atitudes e ações mais otimistas é arruinada devido à sua natureza inescapavelmente temporária.
Quando o Pior nos Leva ao Melhor
A mensagem essencial da Bhagavad-gita, no entanto, não é pessimista, mas otimista. Ela nos indica o mundo espiritual eterno, onde nós, como almas indestrutíveis, podemos reaver nosso destino de felicidade eterna. Para garantir que não percamos esta oportunidade gloriosa devido à esperança fútil por felicidade neste mundo, ela proclama francamente que a verdadeira natureza deste mundo é o sofrimento. Aqui está uma analogia para melhor entendermos essa estratégia.
A mensagem essencial da Bhagavad-gita é otimista, nos indicando o mundo espiritual.
Imagem relacionada
Saber como será a vida sem o tratamento pode nos ajudar a aceitá-lo.
Esta estratégia védica profundamente sábia é evidente no fluxo progressivo da Bhagavad-gita: Inicialmente, ela declara que este mundo é um lugar imutavelmente miserável, e finalmente revela o potencial dentro de cada um de nós de alcançar a bem-aventurança divina. Assim, o pessimismo inicial da filosofia védica é o começo essencial que conduz a seu otimismo definitivo.
Não Subestime a Realidade
Discussões sobre o mundo espiritual podem nos levar à pergunta: “Este anseio por um outro mundo cheio de felicidade não é uma tentativa de se escapar da realidade?”
Sim, vida espiritual é uma tentativa de escapar – não da realidade, mas para a realidade.
Examinemos objetivamente o que as pessoas consideram como vida real. É a luta perpétua do ventre ao túmulo. É uma luta contra a pressão extremamente árdua – às vezes literalmente, como sob o peso de mochilas escolares, e sempre figurativamente. Lutamos contra a pressão das expectativas alheias, contra concorrência acirrada por emprego, contra desarmonia familiar e guerras domésticas quentes e frias, contra o envelhecimento do corpo e, finalmente, contra a sentença de morte inerente aos nossos corpos mortais. Em meio a todas essas lutas, nos ocupamos em versões complexas da busca animalesca por comida, sono, acasalamento e defesa. A incerteza de sucesso nessas buscas nos estressa constantemente, e a esperança por conseguir algum sucesso é o que chamamos de “otimismo”. Mas não podemos simplesmente desejar que as doenças, o envelhecimento e morte de nossos corpos desapareçam. Mesmo quando angústias não nos devastam, nossas vidas se tornam tão entediantes que há mais pessoas consultando psicólogos por causa do tédio do que por angústia. Mesmo a atitude mais otimista faz pouco para mudar esta, porém inegável, realidade fundamental: a natureza de sofrimento da existência material.
Como definimos como real uma vida que é tão vazia, tão sem sentido, tão deçcepcionante, tão sufocante?
Nossa vida real é muito mais graciosa do que esta.
A Harmonia do Aqui e do Além
A Gita não nos ensina a rejeitar este mundo em favor do mundo espiritual, mas a harmonizá-los.
Se nós nos importarmos somente com o aqui, ficaremos apegados ao aqui e cegos para o além, assim nos privando do nosso direito à felicidade eterna. Se nós nos importarmos somente com o além, ficaremos apáticos e irresponsáveis para com o aqui, assim falhando em exercer nosso papel de preservar a ordem no aqui.
Tradução de Gaura Prasada Dasa. Revisão de Bhagavan Dasa.
Então fica assim!Olho aberto nas postagens e segura o BO aí louco que volto daqui a pouco.
Noix Mano Metal
Nenhum comentário:
Postar um comentário